Thursday, October 7, 2010

A especialização das ciências

Ao longo do século XIX assistimos ao aparecimento de muitas ciências, como, por exemplo, a Psicologia e a Sociologia.
Trata-se duma primeira especialização das ciências: o universo das ciências foi-se tornando cada vez mais complexo, à medida que se abriam novos campos de estudo. Cada ciência especializou-se numa área do real.
Esta primeira fase de especialização permitiu uma alargamento muito rápido do horizonte da investigação científica, o que levou a uma segunda fase de especialização científica que se desenvolveu ao longo do século XX: dentro de cada ciência foram surgindo áreas especializadas, cada vez mais complexas. Um exemplo fácil de compreender é o da Medicina: há cada vez mais especialidades médicas, à medida que a investigação se torna cada vez mais profunda.
Isto leva a que dentro de cada ciência existam áreas especialização diferentes, tornando-se impossível a um cientista avançar na carreira de investigação sem se especializar numa área específica.

O objecto duma ciência/ dum saber

Chama-se objecto duma ciência àquilo que essa ciência estuda.
Cada ciência ocupa-se duma área específica da realidade e é a essa área que se aplica todo o seu investimento em termos de problematização e de investigação. Assim, cada ciência tem uma perspectiva específica sobre a realidade, o que permite que um mesmo fenómeno possa ser estudado a partir de perspectivas diferentes.
Por exemplo ser humano pode ser estudado pela psicologia, pela antropologia, pela história,pela sociologia, pela economia, etc., cada uma destas ciência vai tomá-lo como objecto de estudo e a cada uma vai aparecer sob um prisma diferente. É esta diversidade em termos de investigação que dá sentido e coerência ao conhecimento científico e permite que o universo da ciência se vá alargando continuamente.
Assim, para podermos compreender o que caracteriza uma ciência em particular, temos que saber qual seu objecto e qual o seu método (ou os seus métodos).

O que é um saber sistemático?

Um saber sistemático é um conjunto coerente de conhecimentos, organizados segundo princípios e regras lógicas que permite a explicação rigorosa duma área da realidade.
Cada ciência sistematiza os conhecimentos referentes ao seu objecto, de acordo com um método (ou vários métodos) que serve de orientação à pesquisa.
No caso da filosofia, temos uma sistematização de problemas e de tentativas de resposta que se referem à totalidade do real. Podemos afirmar que a filosofia procura apresentar-se como a sistematização de todo o saber racional, cabendo-lhe a articulação sistemática do conhecimento, sem, contudo, entrar em conflito com as ciências, mas, pelo contrário, procurando fomentar a interdisciplinaridade e a complementaridade dos saberes.

Postura crítica

O que significa adoptar uma postura crítica?

Trata-se da recusa da atitude dogmática, ou seja, de todo e qualquer tipo de verdade absoluta, de preconceito ou de conformismo intelectual em relação a qualquer assunto.
Tem uma atitude dogmática quem se limita à ingenuidade do senso comum e não procura questionar-se acerca da razão de ser das coisas, das situações, em fim, seja do que for.
Criticar significa analisar racionalmente qualquer objecto do pensamento, com vista a compreender-lhe o sentido.
Se adoptarmos uma postura crítica em relação à realidade, estamos mais próximos da compreensão do sentido da vida e do Universo. Estamos, por isso, mais capacitados para enfrentarmos a vida duma forma criativa, em interacção harmoniosa com os outros.
A postura crítica é uma característica fundamental dos saberes racionais e culturalmente fundados na criatividade - a filosofia, as ciências e as artes.

O Sec.XVII - O início da Modernidade


(Quadro de Vermeer, "O Atelier")
Informações sobre o Sec. XVII: